Samstag, März 25, 2006



El Poema A La Musa Amada

Se tudo que há
Deixar de ser um dia
Nada terei em mãos
Pois, já entreguei meu
Espírito!
Em mim... só há
Tua formosura...
Uma nova conquista...
Que transpõe minh'alma
Num entardecer...
Num elo de harmonia...
Numa emoção irrevogável.
Estar ao teu lado
Me apraz...
Me seduz! Luz...

Leu Santana

Dienstag, März 21, 2006


Alquimia da Dor

Neste corpo onde
As chagas se entrelaçam,
Mutuas transformações me aprisionam...

Na infância...

O presente fel da desgraça
Encanto da má sorte...

Companheiro de um karma
Que me condena a fogueira santa,
Percorri vastos campos degustando a intolerância e,
Percebi que o meu corpo
era apenas Uma carcaça angustiada e fraca
confrontando com o vento...

Filho do abandono e do desalento
Desliguei-me da minha entidade espiritual...
Procurei potencializar as minhas forças,
Bebi do cálice que guarnecia o ódio,
Transformei-me numa coisa tenebrosa.

Carlos Conrado
Mãe

Tu que colhes os ermos deste cemitério,
Vem colher a víscera deste corpo,
Louco e desvairado carne do fracasso...

Tu que amamenta um feto menino,
Derrame o teu leite num leito de flores,
Vem, se entregue ao arroio...

Tu que anda nesta noite,
Vem visitar-me, estou a sete palmos,
Ó ser excomungado pela lua...

Tu que chora nesta tumba,
Deixe que o teu pranto invoque estes restos,
Esses pútridos esquecidos pela vida...

Tu que a saudade é quem guia,
Nunca me esqueça!
Busque-me algum dia...

Tu que os sonhos acompanham,
Nunca te esqueça,
Dos dias em que éramos um só...

Tu que leva esta carcaça depressiva,
Vem dar-me o ultimo beijo,
O abraço do adeus...

Tu que és musa de um desgraçado,
Feio, morto e sepultado,
Traz-me o teu colo ó mãe querida.

Carlos Conrado
Anestesia

Faço do meu silêncio uma imagem,
Um retrato emoldurado pelas mãos da solidão...
Encharco de longos intervalos o meu coração e,
Faço pulsar o sangue de uma calada canção...

Sou como a fênix foragida das cinzas,
Sou também a angustia concebida pela vida...

Sou a maldição que atormenta Baudelaire,
Sou o marasmo, o tédio e a dor...

Sou filho do mundo que não me quer,
Sou uma forja de desejos assassinos...

Sou o ocultado pranto da melancolia,
Sou a tristeza de um sorriso,
Meu bem! Eu sou a tua anestesia.

Carlos Conrado